O chefe da TCP “Terceiro Comando Puro”
O traficante tinha 26 condenações por crimes que iam de tráfico de drogas a homicídio. O bandido estava foragido desde 2009, tinha 11 mandados de prisão em aberto, segundo a Promotora Valéria Videira, da 21ª Promotoria de Ação Penal, de Bangu
Na ação deste sábado, o subchefe destacou a importância do trabalho integrado: “Nós superamos a fase da integração entre as polícias e estamos na fase do ajuste fino, com nível de precisão muito elevado. A polícia vai continuar trabalhando de forma silenciosa e apresentando seus resultados. A gente não está aqui para matar ninguém, mas quem oferecer resistência, quem achar que pode nos enfrentar não vai ter outra opção. Vai acabar como o Matemático”.
Veloso destacou que Matemático era um criminoso cauteloso, cheio de estratégias, e por isso foi preciso um trabalho de cinco meses para pegá-lo.
O comandante do 14º BPM (Bangu), o tenente-coronel Alexandre Fontenelle, disse que o patrulhamento está reforçado em toda a região que abrange as comunidades Coreia, Rebu, Vila Aliança, Fumacê e Sapo. Ele acredita que, com a morte de Matemático, as tentativas de invasão da comunidade de Vila Kennedy diminuam.
Fonte: G1
Agressivo, Matemático comandava facção com mão de ferro
A gíria usada pelo subchefe operacional da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, descreve um pouco da personalidade de Márcio José Sabino Pereira, o Matemático: “Era um traficante escamado”.
Escamado, na gíria policial, indica que Matemático era um bandido agressivo, arisco, rude e despeitado.
Morto na madrugada deste sábado em tiroteio com a polícia, o criminoso era chefe da facção Terceiro Comando Puro (TCP), e, por isso, considerado um dos traficantes mais procurados da cidade. A recompensa por informações que levassem à sua captura valia R$ 10 mil.
As polícias Federal e Civil monitoravam os passos dele havia cinco meses. Em pelo menos dois momentos uma ação igual a desta madrugada esteve prestes a ser deflagrada para tentar prender o traficante.
“Toda hora batia na trave, e a gente não conseguia prender essa pessoa. Era difícil, não só pela periculosidade, pela estrutura no entorno dele. Teve situações que a gente ponderou e retraiu, porque o risco ficou grande demais”, afirmou Veloso.
Matemático comandava o Complexo de favelas de Senador Camará, na zona oeste do Rio. O conjunto engloba as favelas da Coréia, Rebu, Taquaral e Vila Aliança. Ele, que tinha 37 anos, era um dos traficantes mais antigos do Rio estavam em atividade. Isso fazia com que fosse ainda mais respeitado na hierarquia do crime.
No ano passado, Matemático iniciou uma guerra pelo controle do tráfico de drogas na área de vila Kennedy. Na tentativa do traficante expandir seus domínios, o que acabou não acontecendo, foi iniciado um período sangrento, que resultou na morte de dezenas de pessoas.
“Ele era um líder. Comandava com mão de ferro. Era sanguinário. Realmente, ele era um símbolo”, afirmou o delegado João Luiz de Araújo, que comanda a divisão de entorpecentes da Polícia Federal.
Matemático estava sempre cercado de um forte aparato de segurança, com traficantes que faziam sua escolta com fuzis de grosso calibre. A região do complexo de Senador Camará é muito extensa, e considerada de difícil acesso.
“Qualquer movimentação era alertada, a favela é muito grande. Fora que ele era muito cauteloso, não repetia os atos. Isso tudo tornava mais difícil essa prisão”, observou Veloso.
A quadrilha de Matemático possuía um dos maiores arsenais da cidade. Esse aparato de armas ficou evidente no confronto desta madrugada, no qual os traficantes abriram fogo contra o helicóptero parcialmente blindado da Polícia Civil. “Eles encararam a aeronave, que é muito bem equipada. Eles têm um poder de fogo bastante considerável”, acrescentou Veloso.
Leia na fonte: Jornal do Brasil